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sábado, 29 de julho de 2017


O SÉCULO XX


Na primeira década do século XX assiste-se à decadência do "brasileiro" com a inesperada perda de valores no mercado da borracha brasileira, provocada pela concorrência das colónias inglesas asiáticas.
Ao mesmo tempo, a nossa participação na Primeira Guerra Mundial (assinalada com um monumento na Praça 25 de Abril), contribui negativamente para a economia local.
Por sua vez, a depressão económica mundial de 1929, conduzindo à falência dos Bancos e outras instituições financeiras, provocou dificuldades irreparáveis, não só nos capitalistas locais, todos "Brasileiros" ou seus descendentes, mas também no fluxo dos proventos dos que viviam no Brasil.
Posteriormente, durante o Estado Novo e logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, verifica-se um surto de emigração para a Europa com evidentes reflexos nas iniciativas de investimentos na construção civil.
A guerra colonial vai incrementar a "emigração a salto" para a Europa, assistindo-se, simultaneamente, à decadência agrícola e industrial.
Porém, nessa altura, na década de sessenta, a cidade começa a dar novamente sinais de actividade com obras públicas da iniciativa do Estado Novo. É o caso da construção do Tribunal, a remodelação dos Paços do Concelho (alterando-lhe profundamente a fachada), a construção do edifício dos Correios e algumas casas dispersas que utilizam uma linguagem arquitectónica de alguma sobriedade típica do modernismo português.
Nos finais da década de setenta, assiste-se à construção de imóveis no tecido urbano pré-existente, alterando significativamente a imagem da cidade, devida ao afluxo das divisas entradas em Portugal por intermédio das emigrantes na Europa.
Posteriormente, a abertura das Avenidas das Forças Armadas e Avenidas do Brasil, a construção dos Parques Porto Seguro, em são Gemil e da Cidade, em Sá, definiram novos espaços estruturantes da cidade.
Hoje, o antigo centro cívico apresenta-se reformulado, mostrando, no mobiliário urbano, antigos referentes simbólicos, particularmente na Praça 25 de Abril e ruas adjacentes.
É o início de uma viagem que pode conter uma outra atitude face ao passado…

Este texto teve como base a seguinte bibliografia do autor:
MONTEIRO, Miguel, “Cultos e Ocultos de Monte Longo”, separata - Minia, Braga, 1995, PP.103-135.
MONTEIRO, Miguel, Fafe dos "brasileiros" (1861)-1930) - Perspectivas histórica e patrimonial, Fafe, ed. de autor, 1991
MONTEIRO, Miguel Teixeira Alves, Migrantes, Emigrantes e “Brasileiros” (1834-1926)- territórios, itinerários e trajectórias, Braga, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, 1996.
MONTEIRO, Miguel, “O Jogo-do-pau como representação de estatuto e hierarquia social”, Mínia, Braga, 1997
MONTEIRO, Miguel, “Marcas da Arquitectura de Brasileiro na Paisagem do Minho,” O Brasileiro de Torna Viagem, CNCDP - Portugal, Comissão Nacional para as comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa, 2000
MONTEIRO, Miguel,, “O Público e o Privado”, O Brasileiro de Torna Viagem, Lisboa, CNCDP – Portugal, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa, 2000

MONTEIRO, Miguel, Migrantes, Emigrantes e “Brasileiros” (1834-1926), Fafe, Ed. autor, 2000.

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