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segunda-feira, 26 de abril de 2021

 

CONSELHEIRO LAFAIETE – SÍTIO DA VARGINHA DO LOURENÇO

     As ruínas do Sítio da Varginha do Lourenço estão localizadas às margens da via conhecida no período colonial como Caminho Novo.

 

IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico

Nome atribuído: Sítio da Varginha do Lourenço

Localização: Conselheiro Lafaiete-MG

Resolução de Tombamento: Decreto Nº 29.399 de 21/04/1989

Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico

Livro do Tombo Histórico, das Obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos

 

    Descrição: As ruínas do Sítio da Varginha do Lourenço estão localizadas às margens da via conhecida no período colonial como Caminho Novo. O conjunto tombado constitui-se das ruínas da antiga edificação denominada Estalagem da Varginha, uma gameleira centenária e outras instalações. A Estalagem, em 1788 foi palco de encontros de alguns dos inconfidentes que planejavam a independência do Brasil, o que justificou a exposição – embaixo de uma gameleira – de parte do corpo do único inconfidente condenado a morte – Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes. Em 1950, a Estalagem foi demolida, restando apenas ruínas. Em 1989, foi erguido o monumento em pedra sabão em homenagem ao Bicentenário da Inconfidência Mineira.

Fonte: Iepha.

 

    Descrição: No sítio arqueológico da Varginha, situado na MG 129, Km 2 junto à Estrada Real, no município de Conselheiro Lafaiete, estão as ruínas da Estalagem do Lourenço, a Gameleira e o Monumento a Tiradentes.

    As Ruínas da Estalagem da Varginha do Lourenço, hospedaria famosa, onde Tiradentes pernoitou com os inconfidentes, tendo ali feito reuniões secretas. Foi propriedade do senhor João da Costa Rodrigues, casado, com dez filhos, morador da Varginha do Ouro Branco, Freguesia de Carijós, Comarca de Villa Rica, a oito léguas da mesma, e vivia do rendimento de uma taberna e de ter um rancho para recolher passageiro.

    Sob a frondosa sombra da Gameleira, que conta mais de 500 anos, foi depositada uma parte esquartejada do corpo de Tiradentes em 1792. Há pouco tempo foi danificada por um raio, mas brotou vigorosamente e está se tornando novamente viçosa.

    No Bicentenário da Inconfidência, a Açominas mandou erguer ali um monumento do artista plástico Raul Amarante Santiago: Monumento a Tiradentes, também conhecido popularmente como “perna do Tiradentes”. No local, há placa com o seguinte texto: “Esta Gameleira, em 1792, cobriu, com sua sombra amiga, parte do corpo esquartejado de Tiradentes. Seu ideal de construir aqui uma fábrica de ferro está sendo realizado, hoje, pela Açominas, que incorporou à usina esta área, só Sítio da Varginha, por onde passava a Estrada Real, para sua preservação.”

Fonte: Prefeitura Municipal.

 FOTOS:














 

PADRE MANOEL RODRIGUES DA COSTA

 

Nasceu em 1754, no Arraial de Nossa Senhora do Campo Alegre dos Carijós (Queluz), comarca do Rio das Mortes e falecido em Barbacena -MG em 1844.

Era presbítero do hábito de São Paulo e residia na freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo – Barbacena vivendo do uso das suas ordens e do seu patrimônio. Envolvido na Inconfidência Mineira, foi mandado para Portugal onde seria julgado em definitivo, esteve preso durante 4 anos, na fortaleza de São Julião em Lisboa Portugal, indo depois para o convento, após treze nos no exílio e de cárcere, voltou a pátria e foi  a Assembleia Constituinte e a primeira Assembleia Legislativa em 1831, na sua fazenda do registro velho, perto de Barbacena, recebi como hóspede Dom Pedro I.

 

JOÃO DA COSTA RODRIGUES

 

            Nasceu em 1714 em Vila Rica e faleceu na África, em 1800, era casado, com 10 filhos.

Assistindo na Varginha do Ouro Branco freguesia de Carijós (Queluz) comarca de Vila Rica, a 8 léguas da mesma e vivendo do rendimento de uma taverna e de ter um rancho para recolher passageiros.

Era dono da célebre estalagem da Varginha, sobre a qual, por vezes, na referências nos Autos da Devassa.

Condenado a degredo por toda a vida, teve essa pena comutada em 10 anos. Seus despojos foram exumados da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Mossoutil, Moçambique

 

Fonte: História de Minas Gerias III volume, 2ª edição. Autor: João Camilo de Oliveira Torres da Academia Mineira de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 

 

Beleza Nativa De Queluz

OS CARIJÓS


O nome Carijó vem do tupi-guarani “Caraí-yóc”, cara pálida, pela clara, nome dado a alguns descendentes ocasionais de acasalamento de índias com europeus.

Vistos pelos primeiros povoadores portugueses como – o melhor gentio da costa – foram receptivos á catequese cristã. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos.

Com a ocupação europeia, os povos que habitavam a costa, foram sendo dizimados, dominados ou refugiaram-se nas terras interioranas do pais.

No processo de ocupação dos espaços territoriais, observamos os movimentos de expansão político econômica fomentado pelos bandeirantes o que nos remete ao encontro destes com a população indígena que se encontrava em nossa região.

Assim, os Bandeirantes, dedicados à atividade mineradora desbravando o interior, chegaram a Conselheiro Lafaiete onde foram bem recebidos pelos Índios Carijós.


Estes por sinal eram hospitaleiros e agradáveis, e acabaram por ajuda-los na construção da Igreja Matriz. Alguns pesquisadores também citam a participação dos nativos Carijós na “Construção do caminho do Ouro, conhecido também como Estrada Real” devido ao conhecimento geográfico que tinham da região.


Algumas características físicas eram marcantes aos Carijós. A pele marrom levemente dourada; os cabelos com fios lisos, finos e bem pretos; os olhos puxados nas extremidades; o nariz um pouco mais afilado diferenciando-os dos nativos guaranis e tupinambás; tais traços ressaltavam a beleza exuberante principalmente das Índias Carijós.

Os Carijós moravam em casas de pau a pique ou choças, e quando chovia faziam abrigos com galhos e cobriam as casas com cascas de árvores.

Viviam da caça e da peca. A comida indígena era farta. \o ritual de canibalismo era uma convenção ritualística (embora alguns cronistas descrevam que índios pareciam apreciar a carne humana).

Os índios praticavam agricultura, conheciam o milho, a mandioca, o algodão, o fumo e ervas que utilizavam como medicamento. Alimentavam-se de caça, peixes, frutas, raízes e mel.

Na arte de cura, os Carijós estavam bem adiante dos demais nativos. |o remédio principal era uma ventosa aplicada pelos lábios do pajé ou “Caraibebes” os quais os jesuítas acreditavam ter parentesco com um ser superior.

Eram habilidosos no manuseio de objetos artesanias e utensílios. Teciam redes com fios de algodão e cestos e produziam instrumentos musicais de sopro e percussão.

Além disso, desenvolveram as técnicas de trançados fabricando cocais, jererés, utensílios de pesca, etc. Essas técnicas mais tarde foram assimiladas pelos portugueses.


Fabricavam agasalhos com o algodão que cultivam, forrando-os com peles e ataviando-as com plumas e penas. Pintavam o corpo para diversas ocasiões e faziam adornos com as penas e contas de sementes.

Dentre as técnicas desenvolvidas pelos povos Carijós, a cerâmica teve destaque ao demonstrar preocupação na obtenção, preparação e armazenamento dos alimentos.

O desaparecimento da população indígena não se deu em decorrência de massacre, epidemia ou qualquer outra forma de dizima-la.

Desrespeitando as etnias, o elemento colonizador mudou a sua designação, adotando a reclassificação de Carijós, cabras ou termos equivalente, zerando o indígena dos documentos e registros oficiais no período de dois ou três anos.

A população indígena perdia sua designação, mas a etnia ainda permanecia presente no mesmo lugar. Portanto, o mito de que os indígenas foram dizimados e não deixaram nenhuma herança cultural é apenas isto, um mito.




A palavra “Carijós” é usada, hoje em dia, para se referir as galinhas malhadas nas cores preta e branca. É usada como nome de clubes, rádios e ruas de nossa cidade. Também a palavra Carioca teria se originado do Carijó, que é a junção da palavra tupi karijó (que significa carijó) com a palavra tupi oka (que significando casa), significando, portanto, “casa de carijós”.

Concluímos que nossos antepassados, especialmente da cultura indígena Carijó, contribuíram com muitos aspectos de sua diversidade cultural para a formação do Brasil.

 Um país de vasta extensão territorial com a formação de uma cultura, fortemente marcada por contrastes.


É necessário reconhecer e valorizar a identidade Carijó e sua relação com o desenvolvimento de nossa cidade para podermos compreender melhor nossas origens e construirmos nossa história coletiva.

 

Fonte: 
Produção da Escola Municipal " Dr. Rui Pena - CAIC" - Novembro/2012
Conselheiro Lafaiete – MG