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segunda-feira, 26 de abril de 2021

 

Beleza Nativa De Queluz

OS CARIJÓS


O nome Carijó vem do tupi-guarani “Caraí-yóc”, cara pálida, pela clara, nome dado a alguns descendentes ocasionais de acasalamento de índias com europeus.

Vistos pelos primeiros povoadores portugueses como – o melhor gentio da costa – foram receptivos á catequese cristã. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos.

Com a ocupação europeia, os povos que habitavam a costa, foram sendo dizimados, dominados ou refugiaram-se nas terras interioranas do pais.

No processo de ocupação dos espaços territoriais, observamos os movimentos de expansão político econômica fomentado pelos bandeirantes o que nos remete ao encontro destes com a população indígena que se encontrava em nossa região.

Assim, os Bandeirantes, dedicados à atividade mineradora desbravando o interior, chegaram a Conselheiro Lafaiete onde foram bem recebidos pelos Índios Carijós.


Estes por sinal eram hospitaleiros e agradáveis, e acabaram por ajuda-los na construção da Igreja Matriz. Alguns pesquisadores também citam a participação dos nativos Carijós na “Construção do caminho do Ouro, conhecido também como Estrada Real” devido ao conhecimento geográfico que tinham da região.


Algumas características físicas eram marcantes aos Carijós. A pele marrom levemente dourada; os cabelos com fios lisos, finos e bem pretos; os olhos puxados nas extremidades; o nariz um pouco mais afilado diferenciando-os dos nativos guaranis e tupinambás; tais traços ressaltavam a beleza exuberante principalmente das Índias Carijós.

Os Carijós moravam em casas de pau a pique ou choças, e quando chovia faziam abrigos com galhos e cobriam as casas com cascas de árvores.

Viviam da caça e da peca. A comida indígena era farta. \o ritual de canibalismo era uma convenção ritualística (embora alguns cronistas descrevam que índios pareciam apreciar a carne humana).

Os índios praticavam agricultura, conheciam o milho, a mandioca, o algodão, o fumo e ervas que utilizavam como medicamento. Alimentavam-se de caça, peixes, frutas, raízes e mel.

Na arte de cura, os Carijós estavam bem adiante dos demais nativos. |o remédio principal era uma ventosa aplicada pelos lábios do pajé ou “Caraibebes” os quais os jesuítas acreditavam ter parentesco com um ser superior.

Eram habilidosos no manuseio de objetos artesanias e utensílios. Teciam redes com fios de algodão e cestos e produziam instrumentos musicais de sopro e percussão.

Além disso, desenvolveram as técnicas de trançados fabricando cocais, jererés, utensílios de pesca, etc. Essas técnicas mais tarde foram assimiladas pelos portugueses.


Fabricavam agasalhos com o algodão que cultivam, forrando-os com peles e ataviando-as com plumas e penas. Pintavam o corpo para diversas ocasiões e faziam adornos com as penas e contas de sementes.

Dentre as técnicas desenvolvidas pelos povos Carijós, a cerâmica teve destaque ao demonstrar preocupação na obtenção, preparação e armazenamento dos alimentos.

O desaparecimento da população indígena não se deu em decorrência de massacre, epidemia ou qualquer outra forma de dizima-la.

Desrespeitando as etnias, o elemento colonizador mudou a sua designação, adotando a reclassificação de Carijós, cabras ou termos equivalente, zerando o indígena dos documentos e registros oficiais no período de dois ou três anos.

A população indígena perdia sua designação, mas a etnia ainda permanecia presente no mesmo lugar. Portanto, o mito de que os indígenas foram dizimados e não deixaram nenhuma herança cultural é apenas isto, um mito.




A palavra “Carijós” é usada, hoje em dia, para se referir as galinhas malhadas nas cores preta e branca. É usada como nome de clubes, rádios e ruas de nossa cidade. Também a palavra Carioca teria se originado do Carijó, que é a junção da palavra tupi karijó (que significa carijó) com a palavra tupi oka (que significando casa), significando, portanto, “casa de carijós”.

Concluímos que nossos antepassados, especialmente da cultura indígena Carijó, contribuíram com muitos aspectos de sua diversidade cultural para a formação do Brasil.

 Um país de vasta extensão territorial com a formação de uma cultura, fortemente marcada por contrastes.


É necessário reconhecer e valorizar a identidade Carijó e sua relação com o desenvolvimento de nossa cidade para podermos compreender melhor nossas origens e construirmos nossa história coletiva.

 

Fonte: 
Produção da Escola Municipal " Dr. Rui Pena - CAIC" - Novembro/2012
Conselheiro Lafaiete – MG

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