ORIGEM
DO NOME CAPELA NOVA
''Capela Nova tomou este nome a partir de 1790, ocasião em
foi construída a Ermida de Nossa Senhora das Dores "atrás da Pedra
Menina". Até então, o arraialzinho se chamava LAGOA DO RANCHO em cujas orlas existia uma aldeia de índios, e foi
levado a um rancho de tropeiros, porque nesta lagoa convergiam as estradas que
vinham de Barbacena e Conselheiro Lafaiete (Campo Alegre dos Carijós),
continuando para Alto Rio Doce (São José do Xopotó) e Rio Espera. Anteriores à CAPELA NOVA ergueram-se várias outras
capelas e ermidas nas vizinhanças: Santo Amaro, hoje Queluzito; Nossa Senhora das
Dores de Carandaí, Santana do Morro do Chapéu; Nossa Senhora da Glória; Nossa
Senhora dos Remédios; Rio Espera; Alto Rio Doce; Nossa Senhora Mãe dos Homens do
Bom jardim.
Seis quilômetros ao norte de Capela Nova, junto ao Rio
Piranga, na Fazenda do Patrimônio, funcionava a capela como orago de São João
Nepomuceno, construída na década de 1.750, curada pelo Padre Jacó Henriques Pereira.
DO POVOAMENTO À CONSTRUÇÃO
De 1.700 a 1.750 povoou-se rapidamente a região das
nascentes do Rio Piranga, Serra da Mantiqueira acima. Não longe do que
constituem hoje os limites do atual Município de Capela Nova surgiram algumas
capelas e ermidas. De meados do século XVIII devem datar as fazendas da Cahoeira
e do Piranga, ambas ao lado esquerdo e
direito respectivamente do Rio Piranga, à altura das rodovias que ligam Capela
Nova a Caranaíba e Carandaí.
As três fazendas mais antigas, por sinal as que exerceram
papel preponderante na fundação e consolidação do arraial nascente, foram:
Fazenda dos COELHOS; Fazenda MAIA, Fazenda JABUTICABEIRAS.
Quando se deu início à construção da futura Capela Nova,
1.790, toda a região se achava povoada por mais de 70 famílias das mais
diversas procedências.
A CONSTRUÇÃO DE CAPELA NOVA
Ao declinar do século XVIII o povoado LAGOA DO RANCHO ou
RANCHINHO DA LAGOA experimentara notável progresso. Vários fazendeiros e
sitiantes já possuíam, embora rústicas e singelas, algumas moradias ao redor da
Lagoa, encruzilhada e passagem obrigatória de tropas e viajantes. Numa suave
elevação de terreno onde hoje se ergue a capela-mor da Matriz, elevava-se uma
cruz, marco de fé católico os fidelíssimos Reis Lusitanos ao Cristianismo de
nossos antepassados.
Com a edificação da Ermida e,posteriormente,da Matriz e
suas várias reformas durante o paroquiato de Pe. Manuel Francisco do Carmo
(1.875), a cruz primitiva tomou-se "santo cruzeiro" ornado com os
emblemas da Paixão de Cristo chantado na frente da igreja, protegido por
escadaria semicircular, a uns quinze metros da porta de entrada. Ai permaneceu
até 1.939 quando, por escusos imperativos de estética, foi simplesmente
demolido.
O resultado da visita que o governador das Minas Gerais
fez no dia 27 de outubro de 1.790 foi despachada a provisão de Dom Domingos da
Encarnação Pontível, da Ordem de São Domingos, com licença para contribuir unia
capela dedicada a Nossa Senhora das Dores "atrás da Serra da Pedra Menina
na Aplicação do Morro do Chapéu, da Freguesia de Queluz".
O pedido foi encabeçado por Manuel de Souza 'laia através
do vigário Pe. Fortunato Gomes Carneiros Não consta quem doou o terreno para o
patrimônio da Capela, o certo e que Souza Mala, Bernardo Coelho e João
Antônio Henriques sobressaem como grandes promotores da construção da nova
capela.
Coube ao Pe. Jacó Henriques Pereira, determinar e marcar
o local exato que seria levantada a igrejinha que teria um patrimônio de 2
alqueires de terras. Esta situava-se entre as estradas provenientes de
Barbacena, Queluz e Conselheiro Lafaiete media aproximadamente 20 metros de
comprimento por 12 de largura e 5 ou 6 de altura, do frontispício até o
arco-cruzeiro. As paredes da frente e de trás de adobes descansando sobre
grossos e sólidos baseamentos de pedra; as laterais de pau-a-pique com ripo de
coqueiro, e bancadas. Estilo colonial sem torres, 2 janelas na frontaria e nas
tribunas laterais, estes poucos abaixo nível do caio. Eram alcançados através
de escadas de madeira (Hoje cimento) na Sacristia localizada à direita do
altar-mor; à esquerda da capelinha do S.S, Sacramento.
Logo em 1.791
deu-se inicio às obras da capela, não se sabe, porém quando foi inaugurada nem
qual sacerdote nela rezou a primeira missa.
Padre Jacó Henriques Pereira, foi o primeiro
capelão, sendo sucedido por Padre Antonio Pereira Lopes e Padre Antônio Campos
Maciel.
A imagenzinha em poder da família Lopes de Assis Santos
Monteiro serviu, possivelmente, de modelo para a "imagem de vulto" em
tamanho natural. Mesmo assentada em seu trono mede 1,30 m. de altura e 75 cm de
largura máxima.
A estátua
original, sem os desbastamentos seguidos no o de Janeiro, apresentava ventre
mais saliente em estado de gravidez, rosto cheio, pés inchados sobre sandálias
sem amarrilhos. E a Virgem Mãe da Expectação do Parto cuja festa da padroeira
se celebra em 15 de setembro, Nossa Senhora das Dores, sim, mas gloriosas e
vitoriosas como as de seu Divino Filho.
PRIMEIRAS
FAMÍLIAS
Segundo pesquisas do Padre José Duarte de Souza (Pe. Juca, que foi o grande pesquisador
da História da região) por volta de 1790, época que foi construída a Ermida de
Nossa Senhora das Dores, já habitavam na região as seguintes famílias:
Abranches, Álvares Ribeiro, Antunes Vieira, Araújo,
Azevedo, Barros, Basílio Furtado, Braga, Bruno, Campeio, Campos, Coelho, Coelho
de Araújo, Cordeiro da Rosa, Costa, Coutinho, Cunha, Dias, Dornelas da Costa,
Dutra, Ferreira, Ferreira Barbosa, Ferrara de Viveiros, Furtado de Campos,
Furtado de Mendonça, Gomes da Silva, Gomes Ferreira, Gomes Pereira, Gonçalves
Chagas, Gonçalves da Rocha, Gonçalves de Figueiredo, Gonçalves de Oliveira,
Gonçalves Pereira, Goulart, Guedes de Mendonça, Henriques, Lemos ,Lopes de
Faria, Marfins, Martins da Costa, Nunes de Morais, Oliveira, Paiva, Pereira da
Silva, Pereira de Souza, Pinto de Queirós Pompéu, Raimundo Ribeiro, Ramos,
Rangeu Abreu, Raposo, Ribeiro, Ribeiro de Castro, Rodrigues Braga, Rodrigues de
Meio, Rodrigues de Oliveira, Romaldes, Santana, Santiago, Santos, Silva, Silva
Vale, Soudré, Soudré Esteves, Souza, Souza Almada, Souza Alves, Souza Maia,
Teixeira, Tomé de Souza, Vergueiras, Viveiros.
CAPELA NOVA SE TORNA CIDADE
Os três lustros que intercedem da posse de Pe. José
Duarte até a criação do Município de Capela Nova em dezembro de 1.953;
representam, dúvidas à parte, o período mais repassado de acontecimentos
religiosos e fatores políticos a determinar o surto de progresso material e
espiritual daquela modesta Ermida da Senhora das Dores junto à legendária Lagoa
do Rancho, atrás da Sena da Pedra Menina. Quase um século da criação da
Paróquia em 1856, e meio século de lutas persistentes, à conta de vários e
variados tropeços, porque se alcançasse o ideal pacientemente perseguido, o
alvo colimado-a independência política de Capela Nova"
FONTE: Manuscrito Estudos E Pesquisas Do Padre
José Duarte De Souza Albuquerque.(Transcrição do trecho do livro do PADRE JOSÉ DUARTE DE SOUZA ALBUQUERQUE)
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