HISTÓRIA DA IGREJA
O antigo e já extinto povoado de Passagem, atual
cidade de Conselheiro Lafaiete teve sua origem nos primórdios do século XVIII,
no vale das terras do Cuyabá. O desvio do curso de águas vertentes do rio
Piranga para o rio Paraopeba, que deu origem ao nome "Passagem",
ocorreu justamente para que os mineradores dispusessem de mais abundância de
água nas minerações. Tal foi a opulência naquela época que, segundo a tradição,
ao ser deliberada a construção de uma capela na localidade os mineradores
ficaram obrigados a doar uma certa quantia de cada extração de ouro que se
fizesse no local; uma obrigação moral, já que a Coroa jamais permitiria isso.
Em decorrência da extração aurífera, surgiu o arraial e a capela, dedicada a
Nossa Senhora da Conceição.
O patrimônio da capela foi constituído pelo padre
Silvestre da Silva. Posteriormente, padre Silvestre vendeu a fazenda a seu
irmão João José Silvestre que respeitou o patrimônio da Igreja, de quem
tornou-se protetor. João José, por sua vez, vendeu a capela, já em dias de
decadência do arraial, na primeira metade do século XIX, a Joaquim Lourenço
Baeta Neves, que a legou a Daniel Lourenço Baeta Neves e este a Antônio Pedro
Baeta Neves. Com a decadência do arraial no século XIX, o patrimônio da capela
foi colocado em risco, terminando com uma demanda judicial em 1901, pois os
donos da fazenda julgavam ser proprietários das terras do arraial,
desconhecendo o patrimônio eclesiástico. O contento encontrou seu termo após
uma exposição detalhada e bem fundada do vigário de Queluz, padre Américo
Adolpho Taitson, que demarcou o patrimônio da Igreja como sendo as terras que
iam "dos vales do Campinho aos do Cuyabá, dos do Adaú ao rio abaixo,
formando uma cruz de braças eqüidistantes".
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Passagem do
Gajé tem sua fachada lavrada em pedra. Em seu lavado, na sacristia, está
gravada a data 1 774, possivelmente referindo-se ao término de sua construção.
Fonte: Associação Amigos da Cultura de Ouro Branco
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