DOM PEDRO II E A IGREJA DE SANTO ANTÔNIO
A Igreja
de Santo Antônio está citada no Diário de viagem de D. Pedro II, escrito em
1881, quando o Imperador fala de sua visita a Queluz.
A
VISITA (Diário da Viagem do Imperador a Minas)
Do alto das bandeirinhas já se avistavam casas de Queluz.
Parou-se em alguns lugares por causa da liteira. O tempo das pequenas paradas e
do almoço andariam por menos de duas horas. O coronel Pereira apontou-me suas
terras do Ribeirão do Inferno e Queluz. Possui outras fazendas que dão-lhe 50
crias de mulas e 100 de poldros no ano. Antes de Queluz atravessa-se o Ribeirão
das Bananeiras, onde não vi nenhuma. Ouvi falar também do alto do Paraopeba de
onde se goza de vista extensa e bela e da ponte deste rio que ainda não é
navegável para canoas nessa altura. A várzea por onde serpeia o Bananeiras é
bonita assim como a entrada em Queluz por onde um novo caminho que se fez
seguindo o alto do morro. No fundo da cidade e fim de uma subida está a
igrejinha de Santo Antônio, e no fundo alteia-se a serra do Ouro Branco coroada
de nuvens douradas pelo sol que se punha [...]
A Irmandade, com mais de 146 anos, zela pela conservação
do templo, que mantém muitas características dor primeiros tempos de sua
existência e aonde os fiéis, de todas as partes da cidade, vão em busca de
conforto, ajuda e milagres. Também investe na cultura, tendo lançado, em 1983,
a Agenda Santo Antônio de Queluz, na qual são apresentadas obras de poetas e
pintores queluzianos e lafaietenses relativas às datas focalizadas. Além disso,
são realizados eventos sociais e culturais dentro da Igreja e em seu entorno,
principalmente no recém-ampliado Centro Social da Irmandade, como, entre outras
atividades, apresentação de corais, de grupos teatrais, lançamento de livros,
confraternizações folclóricas com bandas de músicas, bandas de congado,
quadrilha, etc.
O terço às terças-feiras initerruptamente é rezado desde 1870, com livros de presença arquivados, sendo muito concorrido. Ao final do mesmo, há o beijo ao ostensório que contém a relíquia de Santo Antônio, um pedacinho de seu osso, ofertada em 1970, por ocasião dos 100 anos de fundação da Irmandade, pelo irmão da mesma, D. Daniel Baêta Neves, descendente do fundador, que a trouxe de Roma, com certificado de autenticidade da referida relíquia, assinado pelos franciscanos responsáveis pelos restos mortais de Santo Antônio.
Anualmente, também desde a fundação, é rezada
a Trezena Antônio, treze dias de cerimônias religiosas e orações. Há também a
parte folclórica com barraquinhas, brincadeiras, jogos, leilão e comidas
típicas, apresentações culturais e outras atrações, bem ao estilo das
tradicionais festas juninas. No último dia da Trezena, há o hasteamento do
mastro com a efigie de Santo Antônio pelos mordomos, meninos com veste
semelhantes às dos franciscanos. No último dia dos festejos, geralmente os
Irmãos se reúnem para uma foto de lembrança.
Uma
das atividades desenvolvidas é de cunho filantrópico, com atendimento efetivo e
de grande auxílio a várias famílias necessitadas da cidade e mesmo da região,
cadastradas com muito critério pela Central da Solidariedade de Conselheiro
Lafaiete.
No
domingo seguido aos treze dias, é celebrada a Santa Missa e a Bênção do
Santíssimo, na parte da manhã, campal ou dentro da igreja, após a qual é
distribuído o “Pãozinho de Santo Antônio”, bento pelo padre e recebido com
muita fé pelos participantes. À tardinha, é realizada a procissão nas ruas
próximas, enfeitadas com muito carinho e beleza pelos moradores.
A
Irmandade é um marco de religiosidade, fé, oração e ação comunitária e sua
igreja um importante local de turismo religioso em Conselheiro Lafaiete.
FONTE:
Livro “Relicário Irmandade de Santo Antônio de Queluz.”
Autores: - José Marcos Gonçalves;
- Avelina Maria Noronha de Almeida (in
memoriam)
Muito interessante GERALDO a história da nossa cidade e da igreja de Santo Antônio
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏parabéns
ResponderExcluir