Beleza
Nativa De Queluz
OS
CARIJÓS
O
nome Carijó vem do tupi-guarani “Caraí-yóc”, cara pálida, pela
clara, nome dado a alguns descendentes ocasionais de acasalamento de
índias com europeus.
Vistos
pelos primeiros povoadores portugueses como – o melhor gentio da costa –
foram receptivos á catequese cristã. Isso não impediu sua escravização em massa
por parte dos colonos.
Com
a ocupação europeia, os povos que habitavam a costa, foram sendo dizimados,
dominados ou refugiaram-se nas terras interioranas do pais.
No
processo de ocupação dos espaços territoriais, observamos os movimentos de
expansão político econômica fomentado pelos bandeirantes o que nos remete ao
encontro destes com a população indígena que se encontrava em nossa região.
Assim,
os Bandeirantes, dedicados à atividade mineradora desbravando o
interior, chegaram a Conselheiro Lafaiete onde foram bem recebidos pelos
Índios Carijós.
Estes
por sinal eram hospitaleiros e agradáveis, e acabaram por ajuda-los na
construção da Igreja Matriz. Alguns pesquisadores também citam a
participação dos nativos Carijós na “Construção do caminho do Ouro, conhecido
também como Estrada Real” devido ao conhecimento geográfico que tinham
da região.
Algumas
características físicas eram marcantes aos Carijós. A pele marrom levemente
dourada; os cabelos com fios lisos, finos e bem pretos; os olhos puxados nas
extremidades; o nariz um pouco mais afilado diferenciando-os dos nativos
guaranis e tupinambás; tais traços ressaltavam a beleza exuberante principalmente
das Índias Carijós.
Os
Carijós moravam em casas de pau a pique ou choças, e quando chovia
faziam abrigos com galhos e cobriam as casas com cascas de árvores.
Viviam
da caça e da peca. A comida indígena era farta. \o ritual de canibalismo
era uma convenção ritualística (embora alguns cronistas descrevam que índios
pareciam apreciar a carne humana).
Os
índios praticavam agricultura, conheciam o milho, a mandioca, o algodão,
o fumo e ervas que utilizavam como medicamento. Alimentavam-se de caça, peixes,
frutas, raízes e mel.
Na
arte de cura, os Carijós estavam bem adiante dos demais nativos. |o remédio
principal era uma ventosa aplicada pelos lábios do pajé ou “Caraibebes” os
quais os jesuítas acreditavam ter parentesco com um ser superior.
Eram
habilidosos no manuseio de objetos artesanias e utensílios. Teciam redes
com fios de algodão e cestos e produziam instrumentos musicais de sopro e
percussão.
Além
disso, desenvolveram as técnicas de trançados fabricando cocais,
jererés, utensílios de pesca, etc. Essas técnicas mais tarde foram assimiladas
pelos portugueses.
Fabricavam agasalhos com o algodão que cultivam, forrando-os com peles e ataviando-as com plumas e penas. Pintavam o corpo para diversas ocasiões e faziam adornos com as penas e contas de sementes.
Dentre
as técnicas desenvolvidas pelos povos Carijós, a cerâmica teve destaque
ao demonstrar preocupação na obtenção, preparação e armazenamento dos
alimentos.
O
desaparecimento da população indígena não se deu em decorrência de massacre,
epidemia ou qualquer outra forma de dizima-la.
Desrespeitando
as etnias, o elemento colonizador mudou a sua designação, adotando a reclassificação
de Carijós, cabras ou termos equivalente, zerando o indígena dos documentos e
registros oficiais no período de dois ou três anos.
A
população indígena perdia sua designação, mas a etnia ainda permanecia presente
no mesmo lugar. Portanto, o mito de que os indígenas foram dizimados e não
deixaram nenhuma herança cultural é apenas isto, um mito.
A palavra “Carijós” é usada, hoje em dia, para se referir as galinhas malhadas nas cores preta e branca. É usada como nome de clubes, rádios e ruas de nossa cidade. Também a palavra Carioca teria se originado do Carijó, que é a junção da palavra tupi karijó (que significa carijó) com a palavra tupi oka (que significando casa), significando, portanto, “casa de carijós”.
Concluímos
que nossos antepassados, especialmente da cultura indígena Carijó, contribuíram
com muitos aspectos de sua diversidade cultural para a formação do Brasil.
Um país de vasta extensão territorial com a
formação de uma cultura, fortemente marcada por contrastes.
É necessário reconhecer e valorizar a identidade Carijó e sua relação com o desenvolvimento de nossa cidade para podermos compreender melhor nossas origens e construirmos nossa história coletiva.
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