SOUSA, ou SOUZA, é um sobrenome de origem geográfica,
originário de um rio e de uma povoação de Portugal. A sua origem, segundo
CORTESÃO, com dúvidas, vem da baixa latinidade SOUSA, SAUCIA ou SÓCIA. SOUSA,
forma documentada no ano de 924, SOUZA, com a letra z e SÓCIA, documentado em
1088. Segundo LEITE DE VASCONCELOS, a palavra veio do latim SAZA ou SAXA, que
significa seixos (ou rocha), o que traz dificuldades fonéticas. Outros derivam
de SALSA, donde vem Souza e Sousa, o que não apresenta dificuldade fonética.
CORTESÃO faz diferença entre Sousa, nome do rio, e Souza, nome da povoação,
derivando aquele de SAZA e este de SÓCIA. É também o nome de uma espécie de
pombo bravo que, no século XI, foi registrado como SAUSA.
(Antenor Nascentes, II, 286)
DOM SUEIRO DE BALFAGUER, o genearca da família Sousa
Souza, ou Sousa, é uma das mais antigas e ilustres famílias
de Portugal. FELGUEIRAS GAYO, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal (Tomo
XXIX), usando o Nobiliário do Cazal do Paço, principia esta antiquíssima
família em DOM SUEIRO BELFAGUER, antigo cavaleiro godo, que floresceu nos
primeiros anos do século VIII, ou pelos anos de 800. Foi filho, segundo
melhores opiniões, de DON FAYÃO THEODO ou THEODOSIO, que foi bisneto em varonia
de FLAVIO EGICA, rei da Espanha, e de sua esposa SONA SOEIRA, filha de D.
SOEIRO, príncipe Godo. Informa ser a mais antiga família que se encontra na
Espanha portuguesa, e por automazia, a mais antiga portuguesa.
Solares da família
O primeiro solar que teve esta família foi na Comarca de
Vila Real entre o Rio Tua e Tamega, em a terra chamada Panoyas, nome que lhe
ficou de uma cidade assim chamada pelos romanos, situada junto ao lugar de Vai
de Nogueiras, em cujas ruínas se encontram descrições com letras romanas.
O segundo solar desta família, de onde se tirou o sobrenome,
fica no Entre Douro e Minho, no contorno do Concelho de Rio Tamaga, denominado
a terra de Souza, regada do Rio Souza que, nascendo por cima do mosteiro
beneditino de Pombeiro, recebe outras águas e corre até se encorporar com o rio
Douro, muito abaixo de ambos os rios, sendo o Tamega o último que recebe duas
léguas antes da cidade do Porto.
O início do sobrenome Sousa
O sobrenome Sousa não teve princípios senão muito depois do
princípio desta família em DOM SUEIRO BALFAGUER, conforme vimos acima, que
deixou numerosa e ilustre descendência do seu casamento com D. MUNIA (ou
MENAYA) RIBEIRO, descendente dos condes de Coimbra e, por varonia, descendente
de SIZEBUTO, filho de WITISSA, penúltimo rei godo. SUEIRA e MINIA foram quarto
avós de DOM GOMES ECHIGUES, que floresceu pelos anos de 1030. Homem de muito
valor, combateu em Santarém onde, com sua lança, deteve o rei de Castela D.
SANCHO e o venceu. DOM GOMES foi governador de toda a comarca de Entre Douro e
Minho, por nomeação do rei D. FERNANDO, pelos anos de 1050. Comprou o lugar de
Felgueiras, junto a Pombeiro, a Payo Moniz, pelo preço de dois bons cavalos, no
mês de abril de 1039, e fundou o mosteiro de Pombeiro, de religiosos
beneditinos, pelos anos de 1040. Próximo das terras de Pombeiro, estava o solar
de Souza. DOM GOMES achava-se em Guimarães pelos anos de 1052 e deixou numerosa
descendência do seu casamento com D. GONTRODE MONIZ, filha de DOM MUNIO
FERNANDES DE TOURO, filho do rei D. FERNANDO DE CASTELA. Por este casamento, a
família Souza entrou para o sangue real de Navarra, de quem descendem os reis
de Castela e Portugal.
Uma das mais antigas e ilustres famílias de Portugal.
Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal (Tomo XXIX), usando
o Nobiliário do Cazal do Paço, principia esta antiquíssima família em D. Sueiro
Belfaguer, antigo cavaleiro godo, que floresceu nos primeiros anos do século
VIII, ou pelos anos de 800. Foi filho, segundo as melhores opiniões, de D. Fayão
Theodo ou Theodosio (que foi bisneto em varonia de Flavio Egica, Rei da
Espanha) e de sua esposa Sona Soeira, filha de D. Soeiro, Príncipe Godo.
Felgueiras Gayo informa ser a mais antiga família que se encontra na Espanjia
Portuguesa. O primeiro Solar que teve esta Família foi na Comarca de Vila Real
entre o Rio Tua e Tamega, em a terra chamada Panoyas, nome que lhe ficou de uma
Cidade assim chamada pelos romanos, situada junto ao lugar de Vai de Nogueiras,
em cujas ruínas se encontram descrições com letras romanas. O segundo Solar
desta Família, de onde se tirou o sobrenome, fica em Entre Douro e Minho, no
contorno do Concelho de Rio Tamaga, denominado - a terra de Souza - regada do
Rio Souza, que, nascendo por cima do Mosteiro beneditino de Pombeiro, recebe
outras águas, e corre até se incorporar com o Rio Douro, muito abaixo de ambos
os rios, sendo o Tamega o último que recebe duas léguas antes da Cidade do
Porto. O sobrenome Souza não surgiu, senão muito depois de principiar esta
família, conforme vimos, em D. Sueiro Balfaguer, que deixou numerosa e ilustre
descendência do seu casamento com D. Munia - ou Menaya - Ribeiro, descendente
dos condes de Coimbra, e por varonia, descendente de Sizebuto, filho de
Witissa, penúltimo rei godo. Foram quarto avós de D. Gomes Echigues, que
floresceu pelos anos de 1030. Homem de muito valor, que combateu em Santarém,
onde, com sua lança, deteve o Rei de Castela D. Sancho e o venceu. Foi
Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho, por nomeação do Rei D.
Fernando, pelos anos de 1050.
Comprou o Lugar de Felgueiras, junto a Pombeiro, a Payo
Moniz, pelo preço de dois bons cavalos, em 04.1039. Fundou o Mosteiro de
Pombeiro, de religiosos beneditinos, pelos anos de 1040. Achava-se em Guimarães
pelos anos de 1052. Próximo às terras de Pombeiro, estava o Solar de Souza.
Deixou numerosa descendência do seu cas. com D. Gontrode Moniz, filha de D.
Munio Fernandes de Touro [filho do Rei D. Fernando de Castela]. Por este
casamento, a família Souza entrou para o sangue Real de Navarra, de quem
descendem os Reis de Castela e Portugal. Entre os filhos deste último nobre
cavaleiro, registra-se D. Egas Gomes de Souza, que foi o primeiro que usou este
apelido Souza, na forma de nome de família, por ser nascido, criado e, depois,
Senhor das terras de Souza, Solar dessa família. Foi, ainda, Senhor de Novella e
Felgueiras. Governador de toda a Comarca de Entre Douro e Minho. Sendo
Capitão-General, venceu em batalha, com muito valor, ao Rei de Tunes, junto a
Beja, o que lhe valeu o acrescento aos Bastões de Aragão, antiga composição de
suas Armas, as quatro luas crescentes que o rei de Tunes trazia nas suas
bandeiras. Deste descendem todos os Souzas, de Portugal e Brasil - salvo para
aquelas famílias que em algum tempo adotaram este sobrenome, por apadrinhagem,
etc. Deixou numerosa descendência, pela qual corre o sobrenome Souza, por seu
cas. com Dona Flamula - ou Gontinha - Góes, filha de D. Gonçalo Trastamires da
Maia e de Dona Mécia Roiz. Entre os descendentes deste casal, de interesse para
o Brasil, registram-se principalmente:
I - a sexta neta, Ignez Lo_urenço de Souza, que deixou
numerosa descendência do seu casamento com Martim Afonso Chichorro, filho
bastardo do Rei D. Afonso III [1248-1279], de Portugal.
II - o décimo segundo neto, Martim Affonso de Souz_a [1500 -
21.07.1564, Lisboa], Senhor de Prado e Alcaide-Mor de Bragança. Por ordem do
Rei D, João III, veio com uma armada ao Brasil a descobrir o Rio da Prata,
deixando ao seu arbítrio as disposições daquela conquista por Carta passada em
Lisboa, datada de 28.09.1532. Chegando ao Brasil, bateu de frente com uns
navios corsários franceses, que andavam nestes mares, tomando uns, e expulsando
outros. Foi o 1.9 Donatário da Capitania de São Vicente.
III - o décimo segundo neto, Tomé de Souza [- 28.01.1579],
foi nomeado 1.2 Governador Geral do Brasil, para onde embarcou em 01.02.1549.
Estes três, todos descendentes de Carlos Magno, Hugo Capeto,
Fernando I de Aragão e Castela, Guilherme I da Inglaterra e de D. Afonso
Henriques.
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